Fenômeno nas redes sociais e nas urnas, Alexandre Xandó (PT) foi reeleito com uma votação expressiva para vereador de Vitória da Conquista-BA. Crescendo de 2.932 votos em 2020 (2º mais votado da cidade) para 3.729 votos em 2024, será novamente o vereador mais jovem na Câmara – onde assumiu o primeiro mandato com 31 anos […]
Fenômeno nas redes sociais e nas urnas, Alexandre Xandó (PT) foi reeleito com uma votação expressiva para vereador de Vitória da Conquista-BA. Crescendo de 2.932 votos em 2020 (2º mais votado da cidade) para 3.729 votos em 2024, será novamente o vereador mais jovem na Câmara – onde assumiu o primeiro mandato com 31 anos e o próximo com 35.
Reconhecido por uma oposição firme ao bolsonarismo e pela fiscalização dos recursos públicos, o vereador sentiu na pele os ataques de seus adversários: o União Brasil lhe processou judicialmente oito vezes. Até agora, o vereador já venceu sete processos. A quantidade chama atenção, pois o partido da prefeita Sheila só acionou judicialmente outra candidata a vereadora uma vez, a também petista Márcia Viviane.
Quem conhece os bastidores da política sabe que Xandó não era um dos “preferidos” ou “apadrinhados” pelos líderes petistas Waldenor, Zé Raimundo ou Guilherme Menezes. Ainda assim, foi o mais votado do PT e o 4º mais votado da cidade. “Não sou filho de ex-vereador, esposo de prefeita da região, diretor de hospital, e nunca tive cargo comissionado em prefeitura. Nossa força vem de um grupo político novo, de jovens, movimentos sociais, professores, LGBT’s, grupos de capoeira, skate, hip hop, terreiros de candomblé e umbanda, catadores de material reciclável e quilombolas. É essa galera que hoje tem voz e força na Câmara”, dispara o edil.
Ele faz questão de ressaltar que sua assessoria tem 75% de mulheres, mais de 60% de negros e LGBTs, e a coordenação de mandato é composta por duas jovens mulheres. Sua rede social é uma das mais fortes da região, porém não é feita por marketeiros carimbados, e sim por estudantes de Jornalismo da UESB.
Aclamado nas periferias, Xandó comemorou a vitória com um paredão no bairro Pedrinhas, passando pela comunidade quilombola do Beco de Vó Dola. Mas o resultado das urnas também mostra sua força em meio à classe média, sendo um dos mais votados nos bairros Candeias e Recreio.
PROJEÇÃO REGIONAL, PRESTÍGIO COM O PT ESTADUAL E FUTURO
Candidato a Deputado Federal em 2022, Xandó obteve 29.801 votos, sendo o 2º mais votado em Conquista. De acordo com “o Rasta”, por onde ele passou muita gente se animou para lançar candidaturas com perfis contra hegemônicos: “Quem me ajudou pra Deputado e decidiu se candidatar a Vereador eu busquei ajudar de alguma forma. Fizemos formações de qualificação, ajudamos a montar a estratégia, buscamos recursos com o Partido, visitei as cidades e pedi voto. É o mínimo que eu podia fazer por quem acreditou em mim. Alguns foram eleitos e outros tiveram boas votações, sendo nomes para o futuro”, afirmou o vereador.
Durante sua campanha, Xandó recebeu declarações de apoio de figuras como o Secretário Estadual de Cultura, Bruno Monteiro, e do Vice-Presidente Estadual do PT, Glauco Chalegre. Também estiveram presencialmente em suas atividades de campanha, duas lideranças em ascensão do PT da Bahia: Lucas Reis e Deyvid Bacelar. Lucas é chefe de gabinete do senador e ex-governador Jaques Wagner. Um dos principais articuladores do PT baiano e será candidato a Deputado Federal. Deyvid Bacelar é coordenador geral da Federação Única dos Petroleiros (FUP), membro do Conselho de Desenvolvimento Econômico Social e Sustentável do governo Lula e também vai concorrer a uma cadeira de Deputado Federal.
Após o resultado da disputa à Prefeitura, em que Waldenor Pereira obteve apenas 26,74% dos votos, muito tem se falado sobre a renovação do PT. Questionado sobre os planos para o futuro, ele desconversa, e fala sobre a necessidade de avaliação do desempenho do PT em Conquista: “hoje eu só tenho a agradecer pelos votos de confiança, e meu foco é realizar um mandato de vereador ainda melhor do que foi o primeiro. O meu futuro quem decide é o povo, mas agora o principal é avaliar o que aconteceu nas urnas. Numa cidade que deu 117 mil votos para Lula há 2 anos atrás, num momento que o Presidente tem 50% de aprovação nacional, porque só tivemos 52 mil votos pro PT? O abuso do poder econômico e da máquina pública, o canteiro de obras no ano da eleição explica em grande parte a vitória de Sheila. Mas tem algo mais, que a população está nos dizendo aqui e nas grandes cidades da Bahia, e as nossas direções partidárias ainda não conseguiram captar. É momento de fazer uma avaliação, ouvir mais a militância, estar ainda mais presente nas bases, e recalcular a rota para o futuro”.