Em entrevista a Rádio Brasil, Marcos Adriano defende que Guarda Municipal esteja armada em Conquista e dispara que existe “falta de interesse política”

A rádio Brasil FM realizou a segunda entrevista da série com os candidatos à Prefeitura de Vitória da Conquista nas eleições municipais de 2024. Nesta terça-feira (13), foi a vez de Marcos Adriano, candidato pelo Avante.

Durante a entrevista, Marcos Adriano foi abordada sobre diversos temas referentes a cidade como mobilidade urbana, saúde, educação e infraestrutura. O Blog do Sena acompanhou a entrevista e irá destacar alguns pontos importantes. O mesmo já foi realizado c

om a primeira entrevistada, Sheila Lemos (União Brasil)

e também acontecerá com os demais candidatos Waldenor Pereira (PT), e Lúcia Rocha (MDB).

Na entrevista, Marcos Adriano foi perguntado sobre o desenvolvimento socioeconômico. Na pergunta, que foi sorteada, foi questianodo sobre quais as medidas que ele, enquanto candidato, propõe para melhorar a segurança pública e reduzir a criminalidade, garantindo um ambiente seguro para residentes e também investidores.

Em sua resposta, o candidato do Avante afirmou que uma das alternativas é armar a Guarda Municipal de Vitória da Conquista. Atualmente, os guardas municipais não são autorizados a usarem arma de fogo.

“Vocês sabiam que são pouquíssimas as guardas municipais que tem no Brasil que são desarmadas? Por quê? Porque é o seguinte, vamos explicar, vamos entender o que é uma guarda municipal. A guarda municipal está criada em Vitória da Conquista, né? São, se eu não me engano, 164 homens que trabalham na guarda municipal. E aí vamos pensar o seguinte, é uma guarda municipal patrimonial, porque se ela for patrimonial ela não precisa estar armada, né? Ela está simplesmente resguardando o colégio, resguardando o espaço público da prefeitura, evitando que exista ali um vandalismo, uma depregação e tudo mais, mas não vai atender de maneira nenhuma a sociedade. Não vai de maneira nenhuma fazer um trabalho ostensivo para o cidadão”, disse Adriano.

A Guarda Municipal de Vitória da Conquista foi instituída pela Lei nº 2.369, de 23 de dezembro de 2019, visando o reforço às políticas de segurança pública em Vitória da Conquista. Desde sua criação, a Guarda Municipal de Vitória da Conquista gerou polêmica. Em 2021, uma denúncia feita pelo vereador Chico Estrella PTC ao Ministério Público da Bahia, foi encaminhada para o Tribunal de Justiça para julgar de a lei de criação é inconstitucional. O Ministério Público entendeu que a atuação da Guarda era ilegal, uma vez que o aproveitamento de servidores públicos do cargo de agente patrimonial fere a Súmula Vinculante nº43 do Supremo Tribunal Federal.

Para armar a Guarda Municipal, é necessário que a Prefeitura envie um Projeto de Lei (PL) para à Câmara Municipal de Vereadores e depende de aprovação da maioria. No entanto, como a forma de criação da atual Guarda Municipal,  é polêmica, devido ao reaproveitamento dos Agentes Patrimoniais, esse PL nunca foi criado.  Um concurso para a Guarda Municipal já foi até cogitado, para que enfim, a nova turma possa andar armada pelas ruas de Vitória da Conquista.

Na entrevista, Marcos Adriano defendeu  que a Guarda Municipal esteja armada para ajudar na segurança pública de Vitória da Conquista. Para ele, é possível ainda armar os guardas municipais que atuam na cidade atualmente. Segundo ele, a Guarda Municipal não foi armada ainda devido a ” falta de interesse política”.

“Mas para isso precisa estar o quê? Ela precisa estar armada. Porque você conseguiria, chegar e falar o seguinte,olha, eu sou um guarda, eu vou estar aqui ajudando o comércio e tal, e o cara chega armado e você vai no braço, você faria um negócio desse? Eu não faria de maneira nenhuma. E por que a guarda da gente não é armada? Por falta de vontade política.Por que eu digo isso? Porque basta você com a Câmara de Vereadores fazer a solicitação, alterar a legislação, aqui eu não vou ser técnico para dizer exatamente o que precisa alterar, mas é coisa simples e a gente poderia ter a nossa guarda armada”, explicou Adriano.

Segundo ele, em seu plano de governo, a ideia é que a base da Guarda Municipal seja instalada no Cristo Mário Cravo, no bairro Cruzeiro. Desse forma, de acordo com ele, o ponto seria estratégico para também conseguir atuar na zona rural do munícipio.

“Vamos agora trabalhar com a nossa guarda municipal de uma maneira diferente. Por exemplo, o espaço dela hoje é alugado, eu penso que a sede da guarda municipal poderia ser ali próximo do Cristo, porque aí você já estaria, já uma segurança para o espaço, a gente tem vários projetos de turismo, infelizmente não está aqui dentro dos macros temas, mas aí eles poderiam resguardar. De lá do Cristo, eu acho que ficaria em um ponto central, para você dar um suporte ali para o distrito de Zé Gonçalves, ontem mesmo eles estavam me pedindo o que poderia ser feito, porque a droga está alastrando para toda a zona rural de Vitória da Conquista, você poderia dar uma segurança para os comerciantes e você poderia estar utilizando de uma maneira escalonada, correta, esses guardas aqui em pontos necessários na nossa cidade”, declarou Adriano.

Por fim, Marcos Adriano criticou a forma como a  Guarda Municipal de Vitória da Conquista é utilizada na cidade. “Então a gente tem uma guarda, que a gente já paga essa guarda, essa guarda tem a ronda dela, o município investe nisso aí, e é subutilizada, muito subutilizada. A guarda municipal de São Paulo é armada, (a guarda municipal de Jequié, nosso vizinho, é armada, a guarda municipal de Salvador, se não me engano, é armada, eu só conheço, óbvio que tem outros locais, o Rio de Janeiro onde a guarda não é armada, e aí não é um bom exemplo para a gente estar citando. Então Vitória da Conquista, a gente precisa, não é de recursos, recursos de fora para poder chegar, baldes de dinheiro e tudo mais, não adianta ter dinheiro se não sabe administrar”, disse Adriano.