Fotos: Antonio Augusto | STF O Supremo Tribunal Federal (STF) formou maioria nesta quarta-feira (26) para tornar o ex-presidente Jair Bolsonaro réu pelos crimes de golpe de Estado e tentativa de abolir o Estado Democrático de Direito. É a primeira vez que um ex-presidente eleito é colocado no banco dos réus por crimes contra a […]
Fotos: Antonio Augusto | STF
O Supremo Tribunal Federal (STF) formou maioria nesta quarta-feira (26) para tornar o ex-presidente Jair Bolsonaro réu pelos crimes de golpe de Estado e tentativa de abolir o Estado Democrático de Direito. É a primeira vez que um ex-presidente eleito é colocado no banco dos réus por crimes contra a ordem democrática estabelecida com a Constituiçã. Esses crimes estão previstos nos artigos 359-L e 359-M do Código Penal Brasileiro. O relator Alexandre de Moraes afirmou que há elementos suficientes para o recebimento da denúncia apresentada pelo procurador-geral da República, Paulo Gonet. O ministro votou para que Bolsonaro também responda pelos crimes de organização criminosa armada, dano qualificado pelo emprego de violência e grave ameaça e deterioração de patrimônio tombado. Se somadas, as penas podem ultrapassar 30 anos de prisão.
Até o momento, os ministros Flávio Dino e Luiz Fux seguiram o relator. Ainda devem votar a ministra Cármen Lúcia e o ministro Cristiano Zanin. Em seu voto, Dino destacou a necessidade de garantir que as defesas tenham oportunidade de apresentar suas versões, afirmando que
“justiça é diferente de justiçamento”.
Fux ressaltou que o voto do relator detalhou as condutas e crimes imputados a Bolsonaro e seus aliados, mas sinalizou que poderá divergir sobre o cálculo das penas. Segundo a PGR, Bolsonaro tinha conhecimento do plano intitulado
“Punhal Verde Amarelo”,
que previa a execução de ações para assassinar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o vice-presidente Geraldo Alckmin e o ministro do STF Alexandre de Moraes.
Além disso, sabia da minuta de decreto que pretendia instaurar um golpe de Estado, conhecida como “
minuta do golpe”.
Moraes afirmou que não há dúvidas de que Bolsonaro conhecia e discutia sobre esse documento. A maioria da Primeira Turma também votou para tornar réus sete aliados do ex-presidente, incluindo Walter Braga Netto, Augusto Heleno, Alexandre Ramagem, Anderson Torres, Almir Garnier, Paulo Sérgio Nogueira e Mauro Cid. Durante a sessão, Moraes utilizou vídeos, tabelas e estatísticas para rebater as alegações das defesas, destacando a violência dos atos golpistas de 8 de janeiro e relacionando os crimes apontados pela PGR às provas colhidas pela Polícia Federal. Ele reforçou que o julgamento desta quarta-feira visa apenas verificar a existência de indícios suficientes para a abertura da ação penal, garantindo aos acusados o amplo direito de defesa no decorrer do processo.