Projeto de escaneamento de íris se populariza e gera dúvidas sobre privacidade

Foto: Shutterstock

Por Gabriela Nascimento 

Na última semana, em São Paulo, muitas pessoas começaram a baixar um aplicativo para agendar o escaneamento da íris em troca de criptomoedas. Essas moedas podem ser armazenadas em uma carteira digital e, posteriormente, convertidas para reais, os valores variam de R$200 a R$900 reais. 

Essa ação faz parte de um projeto da empresa

Tools for Humanity

, fundada por

Sam Altman

, CEO da OpenAI (empresa do ChatGPT). O processo envolve o download de um aplicativo específico, a criação de uma conta com o fornecimento de dados pessoais e, em seguida, o agendamento de um encontro presencial para escanear a íris e tirar uma selfie.

Segundo a cozinheira e moradora da Zona Leste de São Paulo, Amanda Sena, era possível observar de longe as grandes filas formadas por pessoas interessadas nesse projeto. Ela relatou que viu esse movimento nas redes sociais “Muitas pessoas estavam procurando informações sobre a Íris no Instagram, elas perguntaram onde poderiam se candidatar.” afirmou Amanda.

A empresa já desenvolveu câmeras de última geração capazes de distinguir humanos de robôs e inteligência artificial. O novo projeto, chamado

World ID

, utiliza padrões da íris para criar um código único de validação, que não pode ser decodificado por IA.

No entanto, é importante destacar que, de acordo com a

Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD)

, a íris é considerada um dado biométrico e pessoal sensível. Portanto, para a coleta desses dados, é necessário obter o consentimento dos usuários, o que a empresa tem feito por meio do aplicativo.

A coleta desses dados no Brasil gerou preocupação, e a

Autoridade Nacional de Proteção de Dados (ANPD)

abriu um processo de fiscalização para investigar o tratamento desses dados biométricos.

O que é a Íris? 

A

íris

é a parte colorida do olho, responsável por controlar a quantidade de luz que entra na pupila. Cada pessoa tem uma íris única, com padrões distintos, o que a torna uma característica ideal para identificação biométrica.

A tecnologia de escaneamento da íris é considerada uma das formas mais seguras e confiáveis de verificar a identidade de uma pessoa, pois não requer dados pessoais identificáveis, como nome, idade ou endereço. Ela utiliza os padrões exclusivos presentes na íris para confirmar que a pessoa é um ser humano único.