Fotos: BLOG DO ANDERSON Uma jovem foi acusada de furto numa loja no Centro de Vitória da Conquista. O caso foi parar na 1ª Delegacia Territorial de Polícia Civil e está sendo tratado como calúnia. Para a denunciante, também houve racismo. Ela foi ao armarinho para comprar miçangas para adereço, chamado na Umbanda de guia […]
Fotos: BLOG DO ANDERSON
Uma jovem foi acusada de furto numa loja no Centro de Vitória da Conquista. O caso foi parar na 1ª Delegacia Territorial de Polícia Civil e está sendo tratado como calúnia. Para a denunciante, também houve racismo. Ela foi ao armarinho para comprar miçangas para adereço, chamado na Umbanda de guia ou fio de contas.
“Eu tinha trazido as miçangas que já havia na minha casa e fui comparar com as que estavam lá, entendeu? Que foi só um saquinho mesmo. Aí, quando eu cheguei lá, o homem já chegou me acusando, dizendo que eu tinha roubado as miçangas. Aí, depois, na frente de todas aquelas pessoas, começou um caos ali, as pessoas começaram a me olhar torto, começaram a achar que eu tinha roubado mesmo.
E fora ainda a pressão psicológica que eu já estava sofrendo, também de alguns funcionários me acusando, dizendo que, se está nas câmeras, você cometeu sim. Então, se está lá, a gente não pode fazer nada. Você cometeu o ato sim”,
afirmou Ana Luiz Reis ao Bahia Meio Dia desta terça-feira (26). O caso foi registrado no Distrito Integrado de Segurança Pública (DISEP) em Vitória da Conquista. Agora, a defesa quer ter acesso às imagens das câmeras da loja, que, segundo a advogada, comprovam que a jovem não cometeu crime.
“Nós viemos aqui ao DISEP para poder fazer o registro do boletim de ocorrência, porque nós queríamos ter acesso direto às câmeras, às imagens que aconteceram, tanto dos dois momentos: do suposto momento em que eles disseram que houve a fraude, mas também a gente quer ter acesso ao momento em que houve a violação, em que houve a agressão à minha cliente.
E a segunda é reparação moral, porque ela foi humilhada perante muitas pessoas. Essa situação, infelizmente, só acontece com pessoas da nossa cor. Situações vexatórias como essa, a gente não vê na mídia ou acontecendo em situações em que uma pessoa não negra é hostilizada diante desse tipo de situação”
, comentou a advogada Maria Aparecida Rocha Carvalho. Órgãos como o Ministério Público do Estado da Bahia devem ser acionados para acompanhar a denúncia. Ana diz que está traumatizada. Como citado na reportagem do Bahia Meio Dia, reproduzida pelo BLOG DO ANDERSON, a empresa envolvida não quis se manifestar.