Prefeito de Ilhéus e candidato à prefeitura são alvo de operação da PF; Mandados de busca e apreensão serão cumpridos em Vitória da Conquista

Mandados de busca e apreensão serão cumpridos em Vitória da Conquista como parte de uma operação da Polícia Federal que tem como alvo o prefeito de Ilhéus, Mário Alexandre (MDB), e o candidato a prefeito Bento Lima (PSD), apoiado pelo atual gestor. A operação, chamada Barganha, investiga crimes de corrupção, desvio de recursos, lavagem de […]

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26/9/2024 08:11

Mandados de busca e apreensão serão cumpridos em Vitória da Conquista como parte de uma operação da Polícia Federal que tem como alvo o prefeito de Ilhéus, Mário Alexandre (MDB), e o candidato a prefeito Bento Lima (PSD), apoiado pelo atual gestor.

A operação, chamada Barganha, investiga crimes de corrupção, desvio de recursos, lavagem de dinheiro e formação de quadrilha envolvendo licitações na cidade de Ilhéus, no sul da Bahia.

Além de Vitória da Conquista, os mandados estão sendo cumpridos em Ilhéus, Itabuna, Salvador e Lauro de Freitas. Segundo a PF, foram encontrados mais de R$ 700 mil em espécie na casa de um dos empresários investigados.

As investigações têm como base a delação premiada de um alvo de uma operação anterior da PF, que apurava o desvio de dinheiro federal destinado ao combate à Covid-19. O delator revelou que Mário Alexandre negociou o recebimento de propina em um contrato irregular de coleta de lixo firmado pela prefeitura de Ilhéus, com o então procurador-geral do município, Jefferson Domingues Santos, dando parecer favorável à contratação. Segundo a delação, o prefeito teria ficado com metade do lucro obtido pela empresa contratada.

O esquema enfrentou resistência do então secretário de Gestão, Bento Lima, que recebia propina de outra empresa já prestadora de serviços à prefeitura. Para contornar essa situação, Mário Alexandre teria articulado a contratação de uma empresa ligada aos investigados para prestar serviços de terceirização de mão de obra na área da saúde. Em troca, os empresários teriam custeado parte de um carro para a esposa do prefeito e outras despesas pessoais, incluindo festas.

O contrato de coleta de lixo foi alvo da Operação Anóxia, deflagrada em 2020, mas, à época, não havia indícios da participação de Mário Alexandre no esquema. Essas informações só surgiram após a delação premiada. Além disso, Bento Lima, indicado por Mário Alexandre como candidato à sua sucessão, teria sido responsável por receber propinas destinadas ao prefeito, oriundas de recursos usados para a manutenção de um hospital de campanha durante a pandemia.

De acordo com os investigadores, Mário Alexandre é apontado como o chefe da organização criminosa que negociava propinas em troca de contratos de prestação de serviços. Bento Lima é considerado o braço-direito do prefeito nessas negociações. Ambos são investigados por frustração do caráter competitivo da licitação, fraude em licitação ou contrato, corrupção passiva e ativa, falsidade ideológica, organização criminosa e lavagem de dinheiro. A Justiça Federal determinou a quebra de sigilo bancário e fiscal dos envolvidos.

Os contratos investigados nas últimas operações policiais somam mais de R$ 90 milhões.