Por Esdras Silveira Recentemente me chamou atenção a excessiva exposição da OAB/BA pela superveniência de decisão judicial que, por ora, afasta o então presidente em exercício da Subseção de Vitória da Conquista, Dr. Wendel Silveira. Os impetrantes da ação, que não se candidataram nem se irresignaram administrativamente acerca das eleições indiretas ocorridas no Conselho Estadual […]
Por Esdras Silveira
Recentemente me chamou atenção a excessiva exposição da OAB/BA pela superveniência de decisão judicial que, por ora, afasta o então presidente em exercício da Subseção de Vitória da Conquista, Dr. Wendel Silveira.
Os impetrantes da ação, que não se candidataram nem se irresignaram administrativamente acerca das eleições indiretas ocorridas no Conselho Estadual da OAB, reverberam, aos quatro cantos, uma decisão, ainda pendente de recurso, como se houvessem conquistado um grande troféu. Sem ponderar que sua açodada e despropositada comemoração colocaram na berlinda, de forma imerecedora, a instituição central da nossa atividade.
Impetrar um Mandado de Segurança, contra a própria Ordem dos Advogados, sem antes buscar um enfrentamento administrativo, demonstra uma birra, muito costumeira no jardim de infância, própria de quem não aguente o revés, que sinalizou uma intenção de levar à comunidade a imagem de uma OAB frágil, como se nossa instituição de apoio e defesa não fosse capaz de resolver suas próprias questões internas.
Descaracterizar a força da OAB é enfraquecer a própria advocacia. Não há como se cogitar o exercício da advocacia sem a OAB do mesmo modo que a premissa também se confirma em sua ordem inversa.
Estes momentos que antecedem o período eleitoral da OAB demandam um alto nível de debate, não havendo, portanto, margem para superficialidades. Perfilhar o raso, a superfície, reduz a estatura do mérito de quem postula ou pretende postular mandato eletivo na OAB.
Ora, somos do Direito, da lide, da petição inicial à sentença, mas também desta ao seu trânsito em julgado, com todas as ferramentas que estão processualmente ao nosso dispor durante a tramitação do processo. É do estilo da nossa profissão enxergar com serenidade as decisões judiciais. Vitoriosas ou não, até que haja uma confirmação em definitivo, tantas outras decisões costumam ser dadas.
Eu sou do Direito, não da Psicologia, mas entendo que pretender cooptar apoio política por meio de uma exagerada e desnecessária amplificação de decisão judicial, soa e ecoa muito mais como um saudosismo à brilhante gestão da Dra. Luciana Silva, do que como uma estratégia eleitoral – fadada ao fracasso, diga-se de passagem. A advocacia, como a poesia, não tem medo da chuva, pois “a chuva voltando pra terra traz coisas do ar”.
Esdras Silveira , advogado já 15 anos, dirigente da ADJC, especialista em Direito Digital e Proteção de Dados, Pós-graduando em Direito Público (PUCRS), autor de artigos científicos.