Entenda polêmica envolvendo boxeadora argelina na Olimpíada

  A boxeadora argelina Imane Khelif venceu a italiana Angela Carini nas oitavas de final da categoria meio-médio nas Olimpíadas de Paris após 46 segundos de disputa. A italiana  desistiu da luta após ser atingida por pelo menos dois golpes potentes no rosto. No entanto, a luta acabou se tornando uma polêmica dentro dos Jogos […]

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3/8/2024 13:13

 

A boxeadora argelina Imane Khelif venceu a italiana Angela Carini nas oitavas de final da categoria meio-médio nas Olimpíadas de Paris após 46 segundos de disputa. A italiana

 desistiu da luta após ser atingida por pelo menos dois golpes potentes no rosto.

No entanto, a luta acabou se tornando uma polêmica dentro dos Jogos Olímpicos.

 

O caso teve início porque Imane Khelif não foi aprovada em um teste feito pela Associação Internacional de Boxe (AIB). De acordo com a entidade, a boxeadora não atendeu aos critérios de elegibilidade, e por isso, não disputou o campeonato mundial em 2023. A não aprovação iniciou um onda de questionamentos sobre o gênero da atleta.

 

A AIB não informou os motivos da reprovação e quais testes foram aplicados, conforme notícias veiculadas pela imprensa.

A boxeadora

 teve aval do COI para disputar em Paris. O Comitê Olímpico Internacional (COI), por sua vez, baniu a AIB

 devido a questões de governança e finanças e argumenta que a atleta foi vítima de uma decisão arbitrária da entidade.

O COI disse ainda que as regras de elegibilidade para os Jogos de Paris 2024 foram baseadas nas dos Jogos de Tóquio em 2021 e não podem ser alteradas durante uma competição.

Hiperandrogenismo

Nas redes sociais, a delegação da Argélia informou que Imane Khelif tem hiperandrogenismo, condição médica caracterizada por níveis excessivamente altos de andrógenos ou hormônios masculinos, o que teria levado à sua

 desclassificação

 do Mundial de Boxe. “Desde esse episódio, Imane está em tratamento e as coisas voltaram ao normal desde que foi autorizada pelo COI a participar dos Jogos Olímpicos de 2024”, destacou a delegação.

 

De acordo com a Associação Americana de Endocrinologistas Clínicos, hiperandrogenismo é um termo usado para descrever alguns sinais clínicos presentes em mulheres. As manifestações geralmente são detectadas de acordo com cada especialidade médica. Um dermatologista, por exemplo, pode perceber acne, excesso de pelos e alopecia, enquanto um ginecologista pode detectar disfunções menstruais, como amenorreia ou ausência de menstruação, e disfunções ovarianas, como cistos e infertilidade.

 

Na maioria dos casos, segundo

 a entidade, os sintomas não são percebidos até que a paciente chegue ao final da adolescência ou mesmo após os 20 anos. “A principal tarefa do médico ao tratar uma paciente com sintomas associados ao hiperandrogenismo – por exemplo, acne, hirsutismo, desordens reprodutivas e doenças metabólicas – deve ser determinar a presença de altos níveis de andrógenos e sua fonte”.

Testosterona

Popularmente conhecida como um hormônio masculino por excelência, a testosterona também pode ser encontrada em mulheres, mas em doses muito mais baixas. Produzido principalmente nos testículos, o hormônio também é encontrado, em quantidades menores, nos ovários e nas glândulas adrenais de pessoas de ambos os sexos.

 

Homens apresentam níveis de testosterona significativamente mais elevados quando comparados às mulheres. Durante a puberdade masculina, os níveis aumentam consideravelmente e se mantém relativamente estáveis até a idade adulta. Já nas mulheres, os níveis do hormônio variam durante o ciclo menstrual e tendem a cair com a chegada da menopausa.

 

Dentre outros fatores, a testosterona é responsável por estimular a reconstrução do tecido muscular, bastante requisitado em treinamentos de força, como a musculação. Consequentemente, também estimula a força e a hipertrofia, ou seja, o ganho de massa muscular. O hormônio influencia ainda características sexuais secundárias masculinas, como o crescimento de pelos faciais e corporais e a voz mais grave.